Vila Matilde, 27 de junho de 2025

Moradia é direito! Precisamos urgentemente de mais ações e menos burocracia nos programas habitacionais

Em tempos tão difíceis, com o custo de vida aumentando e milhares de famílias vivendo em condições precárias, a pergunta que não quer calar é: por que ainda há tanta demora nos programas habitacionais?

O Brasil já possui ferramentas poderosas para enfrentar o problema da falta de moradia. O Governo Federal tem o programa Minha Casa, Minha Vida, o Estado de São Paulo criou o Casa Paulista, e a Prefeitura da capital lançou o Pode Entrar – Entidades. Mas de que adianta termos leis e projetos se a lentidão, a burocracia e a má vontade de alguns técnicos emperram o sonho de quem mais precisa?

A realidade é dura:

  • Famílias com filhos pequenos vivendo em áreas de risco;
  • Pessoas pagando aluguéis abusivos ou morando de favor;
  • Gente que luta, participa de reuniões, organiza documentos e… fica esperando anos por uma resposta que não vem.

A culpa não é da população. O problema está na estrutura.

Muitos funcionários e técnicos das esferas públicas simplesmente não reconhecem o valor das organizações sociais e dos movimentos populares. Ignoram que são essas entidades que mobilizam, organizam e ajudam o povo a ter acesso à informação e ao direito de morar com dignidade. Falta parceria de verdade — sobra papelada inútil.

É hora de abrir as portas!

Precisamos de uma ampliação real e corajosa dos programas habitacionais. Não apenas aumentar o número de casas, mas também:

  • Desburocratizar os processos;
  • Criar canais diretos com as entidades sociais;
  • Acelerar as análises técnicas e liberações de terrenos e projetos;
  • Respeitar quem está na linha de frente da luta por moradia.

Moradia é mais do que teto. É dignidade, é paz, é futuro!

Os governos federal, estadual e municipal precisam ouvir mais e travar menos. Porque quem está lá na ponta — a mãe solo, o trabalhador informal, o idoso sem aposentadoria — não pode esperar por pareceres que demoram anos. A fome, o aluguel e a chuva não esperam.

Chega de prometer — é hora de realizar!

Os movimentos de moradia não pedem favor. Lutam por um direito garantido na Constituição: o direito à moradia digna. E só com respeito, diálogo e ação prática vamos avançar.

Quem constrói a cidade de verdade é quem mora nela.

Emerson Nunes de Oliveira
Professor, presidente da ASPD – Associação São Paulo Diferenciado e jornalista

Redação Folha da Vila Matilde